terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Rousseau: a Origem da Desigualdade Entre os Homens

Este foi um tema bem discutido ao longo da disciplina, assim darei algumas pinceladas. Quando apresentei o trabalho sobre o Discurso sobre as Origens e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, pensei que seria fácil expor em sala de aula as idéias de Rousseau, afinal, a desigualdade não é algo difícil de explicar, ainda mais lendo um autor tão apaixonante. Porém foi como explicar a simples frase “penso logo existo” de Descartes. Óbvia de início, mas de difícil explanação.
Rousseau trabalha o homem de natureza e fundamenta a origem da desigualdade com o advento da propriedade privada. A partir do momento que passa a viver em sociedade, desvincula-se da natureza e passa a perverter-se. Essa perversão é a busca de sua virtude original que nunca mais encontrará e a qual sempre procurará substituir, indo sempre ao caminho da desgraça. Jean-Jacques trata a linguagem e o trabalho como a queda do mundo perfeito e a ascensão para a alienação. A propriedade privada e por conseguinte a sociedade é que marcam o estado de guerra. Nessa construção do homem social, as catástrofes naturais é que teriam unido o homem e este organizado-se familiarmente, aos poucos deixando a natureza para constituir uma comunidade aos moldes familiar. Assim surgiria o trabalho como cooperação comunitária e junto a língua como advento da consciência da alteridade entre os próprios homens (MATOS, O., p12). Essas duas propriedades alteram a maneira de ser dos homens e tiram o homem do “amor por si” lavando-o ao “amor-próprio”. Logo viriam a questão do “meu” e assim a propriedade, o trabalho alienado, a submissão. Passou-se da força para o poder. O homem separado da natureza aliena-se por que passa a depender de produtos esternos produzidos por ele para sobreviver, acreditando que depende deles e não do trabalho que os produz. O ser humano caiu do paraíso para o qual nunca mais voltará. Caiu em desgraça e para a desgraça continuará. Um pouco negativo, ele, não?

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